Mercadinho do Bolt

O tiozinho veio até mim. A cara dele era bem comum, exceto pelas sombrancelhas muito grossas e a bandana (ridícula, por sinal).E a cara de peixe. Não era exatamente peixe... seria cavalo? Devia ter uns trinta anos, e era visivelmente humano. Ele me entregou o cardápio.
-Ei, moço, aqui é um roubo! Que cara de pau de cobrar isso, tio! Dois por um bolinho estava muito bem pago. Aff... Olha, só vou comer por que não me aguento mais de fome, mas aqui não volto, não. -reclamei.
-Er....humm.. sinto muito, mas é um bolinho mágico e recupera a força e eu preciso viver, sabe... -ele estava envergonhado.
-Dai-me paciência! Eu tenho 14 anos, mas ninguém me engana com essa história de "é mágico e preciso sobreviver". Ah, conta outra! Acha o que? Que vou voltar a acreditar no Elfo Noel? Sei que ele não existe! Me traz dois do caríssimo pão doce, por favor. Na verdade, me traz três. Vou levar um para a viagem.
Ele ficou me olhando com aquela cara de... paisagem. Isso. Ele tinha cara de paisagem.
-Olha, se não se importa, eu estou com pressa, tá? Vamos agilizar? Meu irmão mais velho desapareceu e eu quero reencontrá-lo o quanto antes, ladrão de criancinhas. -ele saiu correndo para pegar meu pão. Panaca.
Sabe, eu ia voltar ali mais vezes apenas para zoar ele de novo...